Você é quem comanda a sua história

Por Fabiana Vitorino*


Vejo constantemente pessoas que têm aproveitado esse momento de suas vidas, com a realidade da Covid-19, para dar uma pausa. Podem ou escolhem parar para refletir sobre como vinham levando suas vidas e agradecem pela oportunidade de poder reajustar a rota e recomeçar de um novo ‘lugar’.

Vez ou outra me deparo também com outras pessoas que seguem num ritmo acelerado, produzindo como nunca, e felizes, apesar de tudo, se sentindo conectadas consigo mesmas, com os outros, com seus projetos e desfrutando do momento justamente por poderem viver e produzir como desejam.

Há ainda aqueles que precisam, mas nem sempre podem parar, por se sentirem desconectados, tristes, acreditando estar vivendo uma vida sem sentido. Com medo do novo, medo de não saber como será a vida após tudo isso. Seguem sem esperança, sem energia e, para se cuidarem, desaceleram o ritmo e vão vivendo um dia de cada vez.

Posso dizer que tem também alguns que se sentem cada dia de um jeito, e apesar de seguirem trabalhando, vivendo, se relacionando, escolheram fazer tudo isso num ritmo mais lento, menos frenético, sem a tentativa (louca para uns, tranquila para outros) de produzir sempre, a qualquer custo, e de poder respirar e viver, exatamente nessa ordem...

Eu poderia tecer aqui várias outras maneiras pelas quais tenho visto como as pessoas estão vivendo. Paro por aqui para contar simplesmente que cada um segue o seu jeito, o seu ritmo e que quando digo e acredito que "está tudo bem, se você está bem", é porque não tem medida nem métrica certa de como eu ou você podemos, ou devemos, viver uma pandemia, conviver nesse novo ‘normal’ que se impõe todos os dias a cada um de nós.

A escolha está com cada um; o termômetro precisa ser VOCÊ mesmo, se ao dar pausa, ou manter-se produzindo é o que te mantém conectado consigo, com o outro, com o mundo. Se você está presente no que faz, em como vive, e no quanto se entrega ao silêncio do isolamento ou na necessidade do fazer, isso é o que importa.

Não me cabe, nem a você, julgar o ritmo de ninguém. Eu prefiro olhar e respeitar, como exercício de humanidade, primeiro comigo, de como quero viver e trabalhar nesse momento, do quanto estou disposta e leve para seguir meu dia, ou do quanto preciso de pausas. Acredito que cada um precise achar essa justa medida, que nem sempre é fácil e que pode ir mudando ao longo desse percurso do que é o viver.

Se você está bem como está, então está tudo bem. E esse estar ‘bem’ pode ser físico, subjetivo, emocional...É a sua medida, e arrisco a dizer que se não estiver bem, você pode pedir ajuda, e você pode mudar de ritmo.

Porque é você quem comanda a sua história, é você quem dita o seu caminhar.


*Psicóloga, consteladora familiar sistêmica, consultora e mentora de carreira.


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