O que é psicopatia?

Psicopatia é um transtorno de caráter observado em pessoas, cujo comportamento não conseguimos justificar, sabendo-se terem sido indivíduos que tiveram uma boa infância e educação, porém apresentam comportamentos estranhos desde cedo. 

A grande e principal característica do psicopata, em sua maioria homens, é a falta de empatia, ou seja, não demonstram sentimentos em suas ações e pelo próximo. 

O psiquiatra e psicoterapeuta João Lourenço Navajas, no canal Minutos de saúde mental, no Youtube, cita alguns aspectos importantes a serem observados. “Por exemplo, crianças que maltratam e torturam animais, arrancam pescoço de brinquedos. No início, podemos achar engraçadinho. Depois de diagnosticada a psicopatia, percebe-se que a pessoa já vinha tendo características de uma personalidade ‘pré-mórbida’ antes do diagnóstico, antes de mostrar sua característica pior, que é a dificuldade da empatia com os outros, como se não existisse a parte do cérebro que é responsável por nos permitir perceber no outro um ser humano igual a nós, que tem sentimentos, emoções, culpa etc. A inteligência do psicopata funciona de uma maneira muito fria e calculista. Ele falseia sua própria inteligência para fins egoísticos, sempre para atender alguma demanda sua, seja instintiva, emocional, afetiva ou intelectual”.

O psiquiatra comenta o que acaba acontecendo nos relacionamentos com pessoas que têm psicopatia:

“A princípio, quando você o conhece (homem ou mulher), normalmente o psicopata tem um comportamento agradável. Eles são sedutores, muito educados, até porque sabem como fazer o que os outros gostam de ver. Não que estejam querendo agradar, por carinho, afeto. Não. É tão somente por uma política da boa vizinhança para angariar confiança, enquanto observa onde vai poder obter vantagens pessoais em relação ao outro. Se esse indivíduo se distancia, se defende, não gosta dele, o psicopata não vai insistir, porque normalmente ele também não gosta de ter trabalho”, explica. Isso justificaria o motivo pelo qual pessoas com psicopatia buscam aqueles que são mais suscetíveis. 

“Vamos perceber que há muito mais histórias na sociedade de abuso de psicopatas homens para com mulheres. Não que não exista a psicopatia em mulheres, mas a mulher não vai abusar de homens, a não ser que sejam totalmente submissos a ela. A psicopata vai abusar de pessoas que lhe sejam inferiores em força e em capacidade de se defender, tanto física como psicologicamente: crianças, idosos, pessoas fragilizadas ou com alguma deficiência física ou mental”, esclarece João Lourenço, acrescentando que o psicopata é inteligente.

Ele observa que não há tratamento medicamentoso para a psicopatia, um transtorno de personalidade tão sério, caracterizado por alterações no comportamento, que incluem a falta de remorso. “O tratamento deve ser comportamental, reconhecendo-se o psicopata por suas atitudes e tentando-se anular tudo o que ele possa fazer, retirando-lhe os meios de qualquer ação que possa ter contra as pessoas. É preciso saber como ele age e, quando aparecer, identificar que ele tem a psicopatia, uma falha do funcionamento do caráter, e se proteger dele. Em resumo, o processo é: reconhecer, identificar, isolar, anular os seus atos e se defender.

Na Classificação Internacional de Doenças, este transtorno é denominado por transtorno de personalidade dissocial (Código: F60.2).

Saiba mais em “As principais características do psicopata”

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